sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

FIM!


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Alentejo

O ALENTEJO

Palavra mágica que começa no Além e termina no Tejo, o rio da portugalidade. O rio que divide e une Portugal e que à semelhança do Homem Português, fugiu de Espanha à procura do mar. O Alentejo molda o carácter de um homem. A solidão e a quietude da planície dão-lhe a espiritualidade, a tranquilidade e a paciência do monge; as amplitudes térmicas e a agressividade da charneca dão-lhe a resistência física, a rusticidade, a coragem e o temperamento do guerreiro. Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano. Portugal nasceu no Norte mas foi no Alentejo que se fez Homem. Guimarães é o berço da Nacionalidade, Évora é o berço do Império Português. Não foi por acaso que D. João II se teve de refugiar em Évora para descobrir a Índia. No meio das montanhas e das serras um homem tem as vistas curtas; só no coração do Alentejo, um homem consegue ver ao longe. Mas foi preciso Bartolomeu Dias regressar ao reino depois de dobrar o Cabo das Tormentas, sem conseguir chegar à Índia para D. João II perceber que só o costado de um alentejano conseguia suportar com o peso de um empreendimento daquele vulto. Aquilo que para o homem comum fica muito longe, para um alentejano fica já ali. Para um alentejano não há longe, nem distância porque só um alentejano percebe intuitivamente que a vida não é uma corrida de velocidade, mas uma corrida de resistência onde a tartaruga leva sempre a melhor sobre a lebre. Foi, por esta razão, que D. Manuel decidiu entregar a chefia da armada decisiva a Vasco da Gama. Mais de dois anos no mar... E, quando regressou, ao perguntar-lhe se a Índia era longe, Vasco da Gama respondeu: «Não, é já ali.». O fim do mundo, afinal, ficava ao virar da esquina. Para um alentejano, o caminho faz-se caminhando e só é longe o sítio onde não se chega sem parar de andar. E Vasco da Gama limitou-se a continuar a andar onde Bartolomeu Dias tinha parado. O problema de Portugal é precisamente este: muitos Bartolomeu Dias e poucos Vasco da Gama. Demasiada gente que não consegue terminar o que começa, que desiste quando a glória está perto e o mais difícil já foi feito. Ou seja, muitos portugueses e poucos alentejanos. D. Nuno Álvares Pereira, aliás, já tinha percebido isso. Caso contrário, não teria partido tão confiante para Aljubarrota. D. Nuno sabia bem que uma batalha não se decide pela quantidade mas pela qualidade dos combatentes. É certo que o Rei de Castela contava com um poderoso exército composto por espanhóis e portugueses, mas o Mestre de Avis tinha a vantagem de contar com meia-dúzia de alentejanos. Não se estranha, assim, a resposta de D. Nuno aos seus irmãos, quando o tentaram convencer a mudar de campo com o argumento da desproporção numérica: «Vocês são muitos? O que é que isso interessa se os alentejanos estão do nosso lado?» Mas os alentejanos não servem só as grandes causas, nem servem só para as grandes guerras. Não há como um alentejano para desfrutar plenamente dos mais simples prazeres da vida. Por isso, se diz que Deus fez a mulher para ser a companheira do homem. Mas, depois, teve de fazer os alentejanos para que as mulheres também tivessem algum prazer. Na cama e na mesa, um alentejano nunca tem pressa. Daí a resposta de Eva a Adão quando este, intrigado, lhe perguntou o que é que o alentejano tinha que ele não tinha: «Tem tempo e tu tens pressa.» Quem anda sempre a correr, não chega a lado nenhum. E muito menos ao coração de uma mulher. Andar a correr é um problema que os alentejanos, graças a Deus, não têm. Até porque os alentejanos e o Alentejo foram feitos ao sétimo dia, precisamente o dia que Deus tirou para descansar. E até nas anedotas, os alentejanos revelam a sua superioridade humana e intelectual. Os brancos contam anedotas dos pretos, os brasileiros dos portugueses, os franceses dos argelinos... só os alentejanos contam e inventam anedotas sobre si próprios. E divertem-se imenso, ao mesmo tempo que servem de espelho a quem as ouve. Mas para que uma pessoa se ria de si própria não basta ser ridícula porque ridículos todos somos. É necessário ter sentido de humor. Só que isso é um extra só disponível nos seres humanos topo de gama. Não se confunda, no entanto, sentido de humor com alarvice. O sentido de humor é um dom da inteligência; a alarvice é o tique da gente bronca e mesquinha. Enquanto o alarve se diverte com as desgraças alheias, quem tem sentido de humor ri-se de si próprio. Não há maior honra do que ser objecto de uma boa gargalhada. O sentido de humor humaniza as pessoas, enquanto a alarvice diminui-as. Se Hitler e Estaline se rissem de si próprios, nunca teriam sido as bestas que foram. E as anedotas alentejanas são autênticas pérolas de humor: curtas, incisivas, inteligentes e desconcertantes, revelando um sentido de observação, um sentido crítico e um poder de síntese notáveis. Não resisto a contar a minha anedota preferida. Num dia em que chovia muito, o revisor do comboio entrou numa carruagem onde só havia um passageiro. Por sinal, um alentejano que estava todo molhado, em virtude de estar sentado num lugar junto a uma janela aberta. «Ó amigo, por que é que não fecha a janela?», perguntou-lhe o revisor. «Isso queria eu, mas a janela está estragada.», respondeu o alentejano. «Então por que é que não troca de lugar?» «Eu trocar, trocava... mas com quem?» Como bom alentejano que me prezo de ser, deixei o melhor para o fim. O Alentejo, como todos sabemos, é o único sítio do mundo onde não é castigo uma pessoa ficar a pão e água. Água é aquilo por que qualquer alentejano anseia. E o pão... Mas há melhor iguaria do que o pão alentejano? O pão alentejano come-se com tudo e com nada. É aperitivo, refeição e sobremesa. E é o único pão do mundo que não tem pressa de ser comido. É tão bom no primeiro dia como no dia seguinte ou no fim da semana. Só quem come o pão alentejano está habilitado para entender o mistério da fé. Comê-lo faz-nos subir ao Céu! É por tudo isto que, sempre que passeio pela charneca numa noite quente de verão ou sinto no rosto o frio cortante das manhãs de Inverno, dou graças a Deus por ser alentejano. Que maior bênção poderia um homem almejar?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Rara Beleza


domingo, 5 de outubro de 2008

Uma vez mais

Hoje, uma vez mais voltei à minha vila.
Uma vez mais chorei ao sair de lá.
Uma vez mais disse não voltar tão breve mas as saudades quando apertam fazem esquecer aquilo que dizemos e as promessas que fazemos!
Minha terra, meu berço...

domingo, 28 de setembro de 2008

Campos de Trigo

Eu, minha terra que eu amo
Não seja só quente
Também seja vida.
Quero, comer do bom pão
Que dá essa gente
Essa gente amiga.
Oh meu Alentejo
Oh terra do pão
Quando te não vejo
Sofre o coração,
Oh terra bendita
Onde cresce o trigo
Terra tão bonita
Estás sempre comigo.
Papoilas vermelhas ao vento
Por entre os trigais
Na planície dura.
Símbolo são do sofrimento
E outras coisas mais
Dessa gente pura.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Começa mais um dia

Começa mais um dia com muito Amor nos campos do Alentejo.
Quantas vezes já escutámos a expressão "é alentejano não gosta de fazer nada!".
O que não corresponde à verdade, nós alentejanos somos um povo muito trabalhador.
Deixo-vos mais uma linda musica do grupo campos do Alentejo "Esta vida é um primor!"

sábado, 20 de setembro de 2008

Grilinho

É lindo ouvir nos campos os grilos cantar.


quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Por do Sol no Alentejo

O sol já vai baixo.
No meu Alentejo mais um dia termina.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mãe Alentejana

Mãezinha da mesma forma que me ofereceram esta musica do Grupo Campos do Alentejo e eu tanto gostei, dedico a mesma a ti com todo o meu carinho já que a Rosa era a Flor que tu tanto gostavas!

Barragem do Alqueva

"Vem a barragem de Alqueva
Regar o Nosso Alentejo
Haverá mais produção
é isso que eu mais invejo!
Desde já nós não sabemos
o tempo que ainda leva
regar o Nosso Alentejo
Vem a barragem do Alqueva!"
(trecho da musica do grupo Campos do Alentejo - Barragem do Alqueva)
Hoje questiono-me, que vantagens e que proveito estamos a ter com este lago artificial?
As promessas ainda estão por cumprir...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Campos do Alentejo

sábado, 6 de setembro de 2008

Sede

Lá para as 3h depois do almoço,
vou tirar água ao poço e olho para a imensidão.
Bebo um trago à maneira
para acalmar a esturreira que se sente aqui no Verão!
A vida aqui é parada,
díficil e agitada como a vida na cidade.
Mas compensa a solidão.
A natureza aqui à mão
é viver com qualidade!

(Dado por ti)

domingo, 31 de agosto de 2008

Portões da Vida

Ainda hoje quando abri os portões lembrei-me dos teus cabelos que pareciam searas a bailar ao som do vento!
Ah que saudades tenho dos teus lábios encarnados que mais pareciam campos cobertos pelas papoilas na Primavera.
Saudades do apertar dos teus braços, do teu carinho do teu regaço.
O tempo vai passando à medida que a saudade vai aumentando...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Segredos

É praia, é serra, são planícies sem fim, é cortiça, é azeite, é vinho e muito espaço deixado aberto à natureza simples, alecrim e rosmaninho.
É uma gente orgulhosa, uma história esquecida, é criatividade discreta, é tranquilidade fremente de vida.
É a magia do Sul, a proximidade do sal, a força africana do sol em tardes quentes.
O céu azul, ou vermelho tropical, o céu de breu que, luxuriante, quase engana quem pega na luneta e pelas estrelas se guia.
E todavia, emoção é deixar-se perder, por querer, com a segurança de se estar entre serenas gentes, de milenar saber e tradição de partilha!
Em tudo se sente uma riqueza ilimitada, pretensamente conhecida.
É como cartola de mágico, a todo o instante explorada: dela saem tapetes, chocalhos, petiscos.
Nela cabem humor, paciência, bonomia; e tanta sageza que, tão bem trabalhada, prende amantes e incautos nas malhas de uma filosofia dormente e não isenta de riscos.
É uma teia de nó subtil, que se estende e torna mais difícil o ir-se embora.
Para quem cá esteve, para quem cá mora.
Fica tanto para trás, tanto não foi vivido…
É uma saudade sem dor, um sentimento que traz a cada dia esforçado um secreto sabor, a sensação inebriante de que, bem perto de nós, é possível reencontrar o paraíso perdido.
À vista de todos, o Alentejo é cofre fechado com chave no coração.
(Texto dado por ti)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Alentejo

Oh meu Alentejo
Terra do pão
Quando não te vejo
Sofre o coração.
Oh terra bendita
Onde cresce o trigo
Terra tão bonita
Estás sempre comigo!

domingo, 17 de agosto de 2008

A nossa música as nossas modas...


Camponês

Bom dia Camponês trabalhador
Bom dia alguém do povo que não mente
Não há nada no mundo com mais valor
Que a verdade no trabalho dessa gente
Que a verdade no trabalho dessa gente
É a razão é o sentir é o Amor
Bom dia alguém do povo que não mente
Bom dia Camponês trabalhador.
Sou moiral, sou moiral sou moiral
E a qual, rigor do tempo
Ninguém sabe quanto vale ser moiral
À chuva ao frio e ao vento.
À chuva ao frio e ao vento,
Quando à gado
É sempre igual…
Cria à qual rigor do tempo sou moiral.
(moda tradicional alentejana)

sábado, 16 de agosto de 2008

Viagem

Hoje ao sair de Espanhã em direcão a Lisboa, decidi alterar o meu trajecto...
Fui mais pelo interior do meu Alentejo.
Isla Canela até Almada...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Há anos atrás...

Hoje quando falava com um amigo meu sobre os meus tempos livres do passado comparado com o presente...
Dei por mim a recordar como era lindo quando chegava ao sol-posto ir ao encontro do meu avô que era moiral (2) e que vinha daqueles campos com o gado para guardar nas quartelhas (3).
Que saudades desses tempos...

(2)- nome que se dá a um pastor alentejano
(3)- lugar /casas próprias (tal como na foto) onde se guardam os porcos

domingo, 10 de agosto de 2008

Panoias e sua História

Tenho orgulho de pertencer a Vila mais antiga de Portugal.
Foi elevada a categoria de vila em 1096, ainda antes da fundação da Nacionalidade, pelo conde D. Henrique e D. Teresa.
Pode, por isso, dizer-se que é a mais antiga de Portugal.
A esta freguesia está ligada uma outra tradição do Baixo Alentejo: a noiva de Panóias.
Chama-se noiva de Panóias à mulher que demora muito tempo a ataviar-se para depois aparecer mal vestida e desarranjada.
Diz-se que em honra de uma mulher da terra que demorou a arranjar-se três dias e três noites para a cerimónia, e chegou lá embrulhada numa esteira.