domingo, 31 de agosto de 2008

Portões da Vida

Ainda hoje quando abri os portões lembrei-me dos teus cabelos que pareciam searas a bailar ao som do vento!
Ah que saudades tenho dos teus lábios encarnados que mais pareciam campos cobertos pelas papoilas na Primavera.
Saudades do apertar dos teus braços, do teu carinho do teu regaço.
O tempo vai passando à medida que a saudade vai aumentando...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Segredos

É praia, é serra, são planícies sem fim, é cortiça, é azeite, é vinho e muito espaço deixado aberto à natureza simples, alecrim e rosmaninho.
É uma gente orgulhosa, uma história esquecida, é criatividade discreta, é tranquilidade fremente de vida.
É a magia do Sul, a proximidade do sal, a força africana do sol em tardes quentes.
O céu azul, ou vermelho tropical, o céu de breu que, luxuriante, quase engana quem pega na luneta e pelas estrelas se guia.
E todavia, emoção é deixar-se perder, por querer, com a segurança de se estar entre serenas gentes, de milenar saber e tradição de partilha!
Em tudo se sente uma riqueza ilimitada, pretensamente conhecida.
É como cartola de mágico, a todo o instante explorada: dela saem tapetes, chocalhos, petiscos.
Nela cabem humor, paciência, bonomia; e tanta sageza que, tão bem trabalhada, prende amantes e incautos nas malhas de uma filosofia dormente e não isenta de riscos.
É uma teia de nó subtil, que se estende e torna mais difícil o ir-se embora.
Para quem cá esteve, para quem cá mora.
Fica tanto para trás, tanto não foi vivido…
É uma saudade sem dor, um sentimento que traz a cada dia esforçado um secreto sabor, a sensação inebriante de que, bem perto de nós, é possível reencontrar o paraíso perdido.
À vista de todos, o Alentejo é cofre fechado com chave no coração.
(Texto dado por ti)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Alentejo

Oh meu Alentejo
Terra do pão
Quando não te vejo
Sofre o coração.
Oh terra bendita
Onde cresce o trigo
Terra tão bonita
Estás sempre comigo!

domingo, 17 de agosto de 2008

A nossa música as nossas modas...


Camponês

Bom dia Camponês trabalhador
Bom dia alguém do povo que não mente
Não há nada no mundo com mais valor
Que a verdade no trabalho dessa gente
Que a verdade no trabalho dessa gente
É a razão é o sentir é o Amor
Bom dia alguém do povo que não mente
Bom dia Camponês trabalhador.
Sou moiral, sou moiral sou moiral
E a qual, rigor do tempo
Ninguém sabe quanto vale ser moiral
À chuva ao frio e ao vento.
À chuva ao frio e ao vento,
Quando à gado
É sempre igual…
Cria à qual rigor do tempo sou moiral.
(moda tradicional alentejana)

sábado, 16 de agosto de 2008

Viagem

Hoje ao sair de Espanhã em direcão a Lisboa, decidi alterar o meu trajecto...
Fui mais pelo interior do meu Alentejo.
Isla Canela até Almada...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Há anos atrás...

Hoje quando falava com um amigo meu sobre os meus tempos livres do passado comparado com o presente...
Dei por mim a recordar como era lindo quando chegava ao sol-posto ir ao encontro do meu avô que era moiral (2) e que vinha daqueles campos com o gado para guardar nas quartelhas (3).
Que saudades desses tempos...

(2)- nome que se dá a um pastor alentejano
(3)- lugar /casas próprias (tal como na foto) onde se guardam os porcos

domingo, 10 de agosto de 2008

Panoias e sua História

Tenho orgulho de pertencer a Vila mais antiga de Portugal.
Foi elevada a categoria de vila em 1096, ainda antes da fundação da Nacionalidade, pelo conde D. Henrique e D. Teresa.
Pode, por isso, dizer-se que é a mais antiga de Portugal.
A esta freguesia está ligada uma outra tradição do Baixo Alentejo: a noiva de Panóias.
Chama-se noiva de Panóias à mulher que demora muito tempo a ataviar-se para depois aparecer mal vestida e desarranjada.
Diz-se que em honra de uma mulher da terra que demorou a arranjar-se três dias e três noites para a cerimónia, e chegou lá embrulhada numa esteira.

Abalei do Alentejo

Ainda hoje, quando voltei costas à minha vila meus lábios sorriam mas meu coração chorava!
Infelizmente a vida obriga-nos a tomar decisões importantes, não podia de forma alguma continuar a viver ali onde a escassez de trabalho nos obriga a seguir para outros locais.
Hoje e uma vez mais, quando deixava a minha terra, pelo espelho do carro via as casas caiadas no alto de uma vila envolta de mistérios quase que pareciam dizer, até um dia filho da terra!
Ali nasci, cresci e quero morrer.
Ao deixar de avistar Panoias já em Cabeça do Marco, suspirei e uma lágrima caiu-me do rosto, que dor tão forte…
O único sentido é Lisboa a 196km pelo IP1.
Digo sempre que não voltarei tão cedo mas dificilmente cumpro com a promessa.
A saudade (palavra tão profunda) quando aperta faz-me regressar e abraçar este povo honrado e trabalhador.
Abalei do Alentejo ainda hoje mas quero já voltar…

sábado, 9 de agosto de 2008

Alentejo Meu País

Historias

Dois rapazes de Aljustrel
Não há!
Outros dois de Messejana
Não há!
Foram presos em Alvito
Mas que sorte tão tirana.
Não há não há não!
Mas que sorte tão tirana
Não há!
Mas que sorte tão cruel
Não há!
Foram presos em Alvito
Dois rapazes de Aljustrel
Não há não há não!
Uma história como esta
Não há!
E esta lenda de onde vem
Não há!
Ninguém sabe se é verdade
Nem os anos que ela tem
Não há não há não!
Frases tiradas da musica do Youtube Nova Aurora

Apresentação

Tenho orgulho de dizer que nasci no Alentejo!
Sou um jovem alentejano que não nasceu atrás de nenhuma esteva nem tão pouco em um dia de "calma". (1)
Tenho orgulho de ser quem sou e de onde vim...
Prometo através deste Blog mostrar o verdadeiro Alentejo já que muitas pessoas desconhecem o verdadeiro "Celeiro de Portugal".
Apesar de ser tão esquecido, todos aqueles que como eu somos filhos desta provincia maravilhosa, tentamos que nos escutem de uma ou outra forma.
Vivi e cresci na linda vila de Panoias concelho de Ourique e distrito de Beja.
Panoias, avista-se do IP1 as suas casas caiadas tentando dizer boa viagem aos que passam em direcção a Lisboa ou ao Algarve...

Os fadistas do passado
Iam por fado em tipoias
Eu tambem tenho o meu fado
Sou natural de Panoias!
(1)- expressão alentejana para dizer calor